quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Arco - íris

Gosto do verde, pois me traz esperança e do azul, por me lembrar o céu. Gosto do amarelo que representa o ouro e do branco, por me trazer o espaço em branco ao qual posso dar vida enfiando-lhes minhas mais diversas cores. Hum...! E o vermelho?... Vermelho a cor do amor. Será que me esqueci de alguma cor? Creio que não.
O mundo e suas diversidades, às vezes de uma complexidade tão simples de se entender. Ei! Esperai aí, claro que me esqueci de alguém, olha eu. O preconceito quase que me tapa os olhos para a cor do amor, a cor do meu amor, que não é aquela que mencionei a pouco, mas sim outra, uma bem mais forte e mais resistente ao ataque fulminante do tempo, a cor negra. Não é preconceito, mas me desculpem vocês branquelos, mas quantas vezes não olhei para uma pele alva e senti que aquilo mais significava o vazio? E agora estou completa, ao contrario do que dizem, essa nova cor iluminou a minha vida, iluminou meus olhos, minha alma, meu coração.
Certa vez me pararam com a seguinte pergunta: -- Como você pôde amar um negro? Ora essa! Eu tinha a melhor das respostas e a dei com sutileza: -- Não o amo por sua cor, mas pela luz que ele traz a minha vida, e sinto-lhe informar, mas você também está precisando ser iluminada, mas esse arco-íris já tem seu céu. Ainda ironizando a pessoa revidou: -- Como luz se ele é sinônimo de escuro? Então novamente respondi-lhe: -- A luz transmitida nos olhos dele não reflete aos olhos seus, nosso brilho foi criado para se encontrar e ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é, quando encontrar o seu saberá também.
Como podem existir pessoas tão hipócritas? Como a cabeça de alguns seres humanos pode ser tão vazia? Tenho certeza que em todas as pinturas do primeiro grau o que prevalecia era o colorido, a diversidade de cores, e agora somos capazes de renegar alguém por sua cor? Por ser diferente? Minha pintura nunca foi igual à de ninguém. Por falar em primeiro grau, passeia em minha memória agora o momento em que aprendi a pintar, o que mais gostava de fazer era juntar as cores e me felicitar com os resultados obtidos. No meu mundo não existiam primárias ou secundarias, eram todas iguais e iam parar no mesmo lugar, nas minhas folhas de papel, dando vinda aos meus mirabolantes desenhos. Azul e amarelo me dava um estonteante verde, vermelho e azul me presenteava com a beleza do roxo, vermelho e amarelo me trazia a fruta que mais saborosa a laranja, entre tantas outras cores que eu nem sei o nome.
Ai! E mais um suspiro de amor é solto no ar. Falando eu em misturas de cores impossível não me lembrar dele, lembrar-me do meu amor. O que dava mesmo a mistura de branco e preto? Acho que era uma espécie de cinza, mas somente naquela época de primário, agora não! Agora essas cores ao caminharem juntas transmitiam o amor, a paixão, o sabor do pecado concedido a dois jovens apaixonados. Representa ainda a união, a igualdade e esses sim são fatores importantes. Da mesma forma como o preto, o azul, o roxo, o laranja iam para o mesmo destino, minhas folhas de papel em branco, nós seres humanos partiremos da mesma forma, para o mesmo lugar e não se engane, cheiraremos tão mal quanto aqueles que não tinha uma gota de água para se banhar nos duros dias de sua vida.

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